Quase seis meses tem passado desde que escrevi o último post. Muito aconteceu nesta segunda metade do ano e para não me estender, digamos que para ver a questão de forma positiva, foram seis meses de muitos aprendizados. Aprendizados estilo século XIX quando bater no aluno era a norma, claro, não na bela teoria construtivista na qual conhecemos, asimilamos e nos adaptamos ao novo no nosso próprio tempo.
Incrivelmente, após dar uma olhada no meu 2024, não fiquei abraçando dois litros de cerveza enquanto assistia um show de uma banda punk que amo e gritava contra o sistema. Realmente vi tudo como um grande aprendizado. E uma das coisas que mais ficou clara para mim, é -como canta outra banda que gosto muito- que o dinheiro não é tudo...mas como ajuda. O que me leva a que preciso me dedicar muito mais firmemente neste jornada para ser Coast FIRE.
Estava lendo o post de FIRE Arroz e feijão sobre o fechamento do ano dele, e pensei em fazer algo similar. Ele escreveu como foi o ano e como espera que será o 2025. Só que ainda não tenho muito o que colocar sobre o ano que vem, assim que fico com o presente e os aprendizados.
Aprendizados de 2024:
1- Saúde é tudo: sem saúde realmente não tem nada que possamos desfrutar plenamente. Fiz 45 este ano, tenho duas crianças que terminaram segunda série e uma família que mora muito longe de mim. Se eu quero poder desfruta-los, preciso me responsabilizar pela minha saúde. Tem muito que não controlo. Mas tem muito também que posso fazer por mim. Este ano acordei cedo praticamente toda manhã antes de ir para o serviço e fui correr e andar. Mas me alimentei muito mal. E para quem já tem passado por várias cirurgias invasivas, levado sustos muito grandes e ainda estar em constante vigilancia para ver que este ou outro marcador não aumente mais, não fazer o que tem que ser feito feito é de burro. 2025 verá a minha burrice ir embora.
2- Família: (sejam de sangue ou pessoas que incorporamos nas nossas vidas) é muito importante para termos um apoio. No meu caso, a família e amigos estão longe, no meu país, e este ano foi bastante duro não tê-los comigo. Minha mãe e a minha irmã vieram por cinco dias mas vi que minha mãe, que acaba de fazer 66 anos, está com um começo de Alzheimer. Não sei quanto tempo tenho para desfruta-la e por isso, a questão do dinheiro se tornou mais do que importante: quero viajar para poder estar com ela. Para isso, o plano económico de 2025 tem que ser drástico: cortar tudo o que não é importante. E fazer espaço para o que é.
3- Trabalho: gosto muito do que faço e sei que sou muito privilegiada por poder ter um salário fixo que me permite também tempo para estar com meus filhos. Mas este ano tenho trabalhado muito, juntado um importante banco de horas e passado menos tempo com meus filhos e companheiro. Peguei cinco dias de férias quando a minha mãe e irmã vieram mas foi tudo tão caótico (moro em um apt de 40 m2 e éramos 6 pessoas...) que esse tempo passou sem pena nem glória e voltei à correria muito rápidamente. O meu trabalho é aquilo que me permite pagar as contas e pensar em fazer um planejamento que nos leve a ser Coast FIRE. É uma ferramenta, um meio para um fim. É importante, sim. Mas está terceiro e não primeiro nem segundo na lista por um motivo: é o que é. Um meio. Tem que ser cuidado, desfrutado (no meu caso é) mas é um trabalho.
Focando numa melhor saúde geral, diminuindo gastos que não se alinham com o objetivo final que é desfrutar da vida com aqueles que amo e trabalhando levando em conta que a atividade laboral é um meio para um fim, acho que o caminho para o Coast FIRE fica mais claro.
Não sei quanto vamos poder economizar de fato; ano que vem temos gastos fixos maiores do que esperávamos (tema para o próximo post) mas o que sei é que mesmo se só podemos economizar um real, não vai ser porque gastamos mal. Talvez os nossos ingressos não nos permitam economizar o que queremos mas a vida vai ser vivida a partir do importante: saúde e família.
O resto se arruma.
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